Mulher morre após “harmonização de bumbum”; médico não tinha registro em PE, afirma Cremepe

O Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) informou, nesta segunda-feira (13), que o médico responsável pelo procedimento estético no glúteo, realizado em Adriana Soares Lima Laurentino, de 46 anos, não possui registro regular junto ao Conselho Regional do estado.

Adriana foi encontrada morta no banheiro de casa horas após realizar um procedimento estético conhecido como “harmonização de bumbum”, que tem, entre os objetivos, ganhar volume, além de reduzir a flacidez dos glúteos.

A defesa do médico Marcelo Alves Vasconcelos, apontado pela família da vítima ao portal G1 como responsável por realização do procedimento afirmou, em nota, que “não há nexo de causalidade entre a intercorrência sofrida pela paciente e atuação do Dr. Marcelo, que sempre agiu diligentemente, seguindo os padrões preconizado pela boa técnica, mas que infelizmente intercorrências cirúrgicas podem ocorrer”. 

Ainda de acordo com a defesa, todas as pacientes assinam um termo de consentimento livre e esclarecido para a possibilidade de ocorrer um evento adverso, que pode ser uma complicação ou intercorrência, conforme o presente caso.

No comunicado, a defesa também aponta que “a paciente foi vitimada por uma fatalidade, que nada tem haver com qualquer falha da profissional, mas que maiores detalhes só poderão ser fornecidos, quando tivermos mais informações sobre o caso”. 

O Conselho informou que realizou uma fiscalização emergencial na clínica onde o procedimento foi feito ainda nesta segunda-feira, e que o ambiente em que o procedimento foi realizado não é adequado para a realização desse tipo de intervenção, tornando incompatível com os requisitos de segurança exigidos pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).

Em resposta ao Cremepe, Marcelo Alves Vasconcelos declarou que “o espaço, para o tipo de procedimento, é adequado” e que, quanto ao registro do Conselho, possui o registro base no Rio de Janeiro, com filiação em São Paulo e no Ceará.

“Eu protocolei o meu pedido do CRM junto ao Cremepe se não me engano desde outubro, e [estou] aguardando a chamada do CRM. Como  já enviei todos os documentos, os protocolos para habilitação no CRM, ao Cremepe. Como médico, tenho a livre atuação em outros estados, em território nacional. Falta a aceitação deles“, declarou Marcelo.

O Cremepe comunicou ainda que, até o momento, não recebeu nenhuma denúncia formal, mas que será aberto um expediente ex officio, que seguirá em sigilo processual para preservar a integridade da investigação.

Em nota, a Polícia Civil de Pernambuco informou que o caso foi registrado pela Central de Plantões da Capital e que as investigações seguem até o esclarecimento do ocorrido.

Confira nota da defesa de Marcelo Alves Vasconcelos na íntegra:

“Inicialmente, cumpre dizer que não podemos entrar especificamente no mérito do procedimento realizado pela paciente Adriana Barros, tendo em vista o sigilo profissional que é imposto ao médico pelo Código de Ética Médica, mas que diante dos fatos, faz-se importante esclarecer o seguinte: Que lamentamos muito o ocorrido, mas não há nexo de causalidade entre a intercorrência sofrida pela paciente e atuação do Dr. Marcelo, que sempre agiu diligentemente, seguindo os padrões preconizado pela boa técnica, mas que infelizmente intercorrências cirúrgicas podem ocorrer; Que todas as pacientes do Dr. Marcelo assinam um termo de consentimento livre e esclarecido para a possibilidade de ocorrer um evento adverso, que pode ser uma complicação ou intercorrência, conforme o presente caso; Que a paciente que não tinha qualquer comorbidade ou contraindicação para o procedimento realizado, quer seja bioplastia glútea, sendo todas as etapas do procedimento cuidadosamente planejadas e executadas, seguindo os mais rigorosos padrões de segurança e qualidade. Ao que consta a paciente foi vitimada por uma fatalidade, que nada tem haver com qualquer falha da profissional, mas que maiores detalhes só poderão ser fornecidos, quando tivermos mais informações sobre o caso.  Era o que tínhamos a informar, me colocando a disposição para prestar, dentro da limitação legal imposta, maiores informações”. 

Fonte Folha PE 

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