Merendeiras da rede estadual de ensino paralisam atividades por falta de pagamento

Petrolina-PE, 12 de junho de 2024 – As merendeiras das escolas da rede estadual de ensino de do Estado de Pernambuco em especial no (Vale do São Francisco) entraram em greve nesta quarta-feira, paralisando suas atividades em protesto contra a falta de pagamento de seus salários. A ação deixou milhares de estudantes sem merenda, gerando preocupação entre pais e educadores sobre o impacto no bem-estar e no rendimento escolar dos alunos.

A greve foi deflagrada após atrasos nos pagamentos, conforme relatam as trabalhadoras. Elas afirmam que o problema vem se agravando desde o início do ano, com atrasos recorrentes da empresa CONTEC, elas alegam que além do pagamento tem também o vale transporte vale alimentação e o retroativo do aumento desde janeiro e que isso comprometem o sustento de suas famílias e a sua dignidade. “Não é apenas uma questão de salário, mas de respeito. Estamos aqui todos os dias para garantir que as crianças tenham uma alimentação adequada, e não conseguimos sequer pagar nossas contas básicas,” desabafa Maria Aparecida dos Santos, merendeira há 15 anos na rede estadual.

A paralisação impactou diretamente as escolas, que tiveram que adaptar suas rotinas. Em muitas instituições, as aulas foram suspensas ou reduzidas. Em outras, professores e funcionários administrativos tentaram improvisar refeições para os alunos, mas a qualidade e a quantidade da merenda ficaram comprometidas. “É uma situação insustentável. As crianças dependem da merenda escolar como uma importante fonte de nutrição diária. Sem isso, corremos o risco de ver um aumento na evasão escolar e na desnutrição,” alerta a diretora de uma escola na zona leste da capital.

Os pais também expressaram sua indignação e preocupação. “Nós confiamos na escola para fornecer uma alimentação saudável para nossos filhos. Com essa greve, ficamos sem saber o que fazer,” disse Renata Oliveira, mãe de dois estudantes da rede estadual. Ela e outros pais organizaram um abaixo-assinado pedindo ao governo uma solução rápida para o impasse.

Especialistas em educação e políticas públicas criticam a gestão da situação e alertam para os efeitos a longo prazo. “A falta de pagamento das merendeiras não é apenas uma falha administrativa, mas um reflexo de como a educação e os serviços básicos são negligenciados. É preciso um esforço conjunto para resolver isso e garantir que situações semelhantes não voltem a ocorrer,” afirmou Cláudio Gonçalves, um diretor ouvido por nossa reportagem.

Até o fechamento desta edição, as negociações entre a empresa e as representantes das merendeiras continuavam sem um acordo definitivo. A greve segue sem previsão de término, e a comunidade escolar aguarda ansiosamente por uma solução que garanta a normalização das atividades e o respeito aos direitos das trabalhadoras.

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