Índio da Costa foi candidato a vice do Serra, o maior dos ladrões
(…) Condenado a dez anos de prisão pelo então juiz Sérgio Moro e denunciado novamente pela Operação Lava Jato, Ferraz é ex-executivo do grupo Trafigura, uma multinacional de comércio de petróleo. (…) Ferraz disse que, por volta de 2002 e 2003, sugeriu a Eunício indicar dois funcionários para o grupo da Petrobras. Leonardo Goldenberg e Otávio Cintra. A sugestão foi feita a pedido do então cunhado, Antônio Venâncio Silva Júnior. Os dois indicados acabaram nomeados para cargos na BR Distribuidora.
Os rendimentos de uma das empresas de Ferraz, a Fonte Negócios, começaram a melhorar a partir daí. “Os referidos funcionários [Gondelberg e Cintra] beneficiavam a Fonte Negócios, nos processos de compra de produtos pela Petrobras, acarretando o aumento do volume de vendas”, narra a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, no documento interno do Ministério Público número 8-/2019-GTLJ/PGR. As propinas eram pagas com esse dinheiro.
Um dos meios de distribuir o dinheiro da corrupção era, segundo Ferraz, mandar dinheiro ao exterior para Eunício. Ele usava uma conta no banco UBS, na Suíça, cujo titular era o próprio cunhado, Antônio Venâncio. Mas o “beneficiário final seria o então deputado federal Eunício Oliveira”, narra Dodge no documento. (…)
Em seus depoimentos, Ferraz ainda denunciou o ex-relator da Lei da Ficha Limpa, Índio da Costa (PSD), ex-candidato a governador do Rio de Janeiro. Segundo ele, em 2014, no início da Operação Lava Jato, houve uma reunião na casa do empresário em Genebra, na Suíça, cidade que também é sede da multinacional Trafigura. Nela, o ex-deputado teria oferecido ajuda para protegê-lo na CPI da Petrobras. “Índio da Costa afirmou que, embora não compusesse dita Comissão Parlamentar, gozava de prestígio e poder de influência no Congresso, de modo que poderia monitorar a CPMI e, se fosse necessário, intervir para evitar a convocação de Mariano [Ferraz]”, narra Raquel Dodge.
Em 2014, Índio era candidato a reeleição, mas estava fora do Congresso, atuando como advogado. Em troca da ajuda a Ferraz, ele teria pedido US$ 2,5 milhões (cerca de R$ 9,7 milhões) “sob pretexto de doação eleitoral para sua campanha”. Os pagamentos realmente foram feitos pela Trafigura ao escritório de advocacia Nelson Williams, do qual o político era sócio. (…)
Em tempo: nas eleições de 2010, Índio da Costa foi candidato a vice-presidente na chapa do Careca, o maior dos ladrões. Nessa época, ele já se tinha tornado um especialista em merenda escolar. Em 2018, se candidatou ao governo do Rio de Janeiro e tomou uma surra: teve 5% dos votos. Entre 2015 e 2018, cumpriu mandato de deputado federal pelo DEM-RJ, onde votou a favor do Golpe dos canalhas e exercitou sua lealdade como apoiador do governo do Presidente Ladrão.
Em tempo2: sobre o notório advogado Nelson Williams e suas ligações com Doria e Moro convém ler o que sobre ele disse o Nassif – PHA