Governador disse estar preocupado com a população, mas ponderou que ‘são momentos duros, mas necessários’
Por : Gilvan Silva/ Foto :Rodrigo Gadelha
“Quero garantir que seremos duro contra o crime, dentro do sistema prisional e fora. Nós nos preparamos para este momento, não é a toa que você não vê nenhum problema no sistema prisional do Ceará. Não há nenhuma rebelião, e estamos transferindo presos, tirando comunicação. A reação tem sido toda aqui fora e temos colocado todas as Forças de Segurança para garantir a segurança. São momentos duros, mas necessários para garantir, a médio e longo prazo, um Estado melhor, mais seguro, com menos violência para a população cearense”.
Camilo confirmou a transferência de 21 presos líderes de facções criminosas, do sistema penitenciário estadual para os presídios federais, e revelou que mais detentos com posições de liderança devem ter o mesmo destino. O governador relacionou a forte ação da Secretaria da Administração Penitenciárioa (Seap), comandada por Luís Mauro Albuquerque, dentro das unidades prisionais, à série de ataques registrada nas ruas.
Presos transferidos para Mossoró serão distribuídos para outras unidades do País
Os 20 presos suspeitos de liderar a onda de ataques que ocorre há uma semana no Ceará foram transferidos para o presídio de Mossoró, no Rio Grande do Norte, na madrugada desta quarta-feira (9). Mais um já havia sido levado no fim de semana.
Contudo, de acordo com o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), eles serão distribuídos a outras unidades prisionais do País.
“A ação coordenada envolveu a atuação do Ministério Publico e Poder Judiciário do Ceará, MJSP e Justiça Federal de Mossoró”, disse o órgão em nota.
“A partir de Mossoró, os presos serão distribuídos entre as demais quatro unidades prisionais do Ministério da Justiça. Novas vagas poderão ser deferidas para o Estado”, informou o MJSP.
Líderes de grupos criminosos comandam o crime dos presídios, admite Camilo
“Infelizmente, a polícia prende o bandido, um líder e ele vai para o presídio, e comanda o crime lá de dentro”, reconheceu o governador.
“O que nós estamos fazendo é cumprindo a lei dentro dos presídios, a ordem, a disciplina, tirando comunicação. O que está acontecendo no Ceará é uma reação desse crime organizado nas ruas do Ceará. Eu tenho colocado que esse enfrentamento precisa ser feito, com clareza e dureza, para combater o crime no Estado”, ratificou.
Serviços públicos básicos, como transporte coletivo e coleta de lixo, estão prejudicados pela onda de violência. O comércio conta perdas, com as portas fechadas, nos últimos dias. Camilo garantiu que essa é uma preocupação do Estado e está tomando as providências necessárias para a rotina ser restabelecida.
“A preocupação é exatamente essa, garantir os serviços públicos à população. O principal deles é o transporte público, nós estamos hoje com 1.200 homens só da Polícia Mulitar para garantir o acompanhamento da população de Fortaleza no transporte público. Também criamos um gabinete de situação, que tem a participação da Prefeitura de Fortaleza, para garantir também um acompanhamento da coleta de lixo, dos serviços de energia e de água para a população. Sei que é um momento difícil para a população, mas é importante colocar para a população brasileira que essa é uma ação forte que o Governo do Estado está tendo dentro do sistema prisional”, ponderou.