Policial que matou mulher se recusou a assinar divórcio

Por Gilvan Silva

(foto: Reprodução/Google Street View)

SEgundo a Polícia Militar, o soldado Marco Antônio Soares, 28 anos, tinha um relacionamento de seis anos com Nayara Lopes Fernandes Soares, de 23. Eles estariam separados há dois meses, e assinariam o divórcio nessa quinta-feira

A insatisfação com o término do relacionamento foi mais uma vez usado como pretexto para um feminicídio em Minas Gerais. Desta vez, o crime aconteceu em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Um soldado da Polícia Militar (PM) matou a companheira a tiros dentro da casa de familiares dela. Antes, atirou contra um tio e, depois, tirou a própria vida com um disparo na cabeça. O casal viveu um relacionamento de seis anos e há dois meses estavam separados.

O crime aconteceu no início da tarde desta sexta-feira no Bairro Vila Nova Suiça. Segundo a Polícia Militar (PM), o soldado Marco Antônio Soares, 28 anos, e Nayara Lopes Fernandes Soares, de 23, estavam em processo de separação. “Eles eram casados há seis anos, mas há dois meses estavam separados. Ontem (quinta-feira), eles assinariam o divórcio, mas o militar não concordou”, explicou a capitã Danúbia Lopes, chefe da sala imprensa da PM.
Nesta sexta-feira, na tentativa de convencer a companheira a retomar o relacionamento, o soldado foi até a casa dos tios dela, em Nova Lima, onde ela estava vivendo. Lá, tiveram uma discussão. “Ele foi na residência por volta das 11h na tentativa de reconciliar. Lá, começou uma discussão e o tio tentou intervir. Foi ai que começou as agressões”, afirmou Danúbia Lopes.

Primeiro, o militar atirou contra o tio da ex-companheira. Nayara tentou sair do local, mas também acabou atingida por tiros e morreu na hora. Depois, Marco Antônio atirou contra a própria cabeça. Viaturas da PM chegaram rapidamente ao local. Os militares socorreram o tio da jovem para o Hospital Municipal Nossa Senhora de Lourdes. Depois, ele acabou transferido para uma unidade de saúde na capital mineira. Segundo a PM, ele não corre risco de morrer. Os outros dois baleados já não apresentavam sinais vitais na chegada dos policiais.

De acordo com a PM, Nayara já tinha feito um boletim de ocorrência contra o policial. Na ocaisão, o registro foi como atrito verbal, onde ela alegava que o companheiro havia consumido bebida alcoólica e os dois discutiram. O soldado estava passando por acompanhamento psicológico. “Ele estava sendo acompanhado ultimamente, tendo em vista o término do relacionamento. Nossa estrutura de saúde estava a disposição dela para se tratar”, disse Danúbia Lopes. O militar fazia trabalhos internos na 1º Companhia Independente da PM, onde era lotado.

A PM lamentou o assassinato da jovem e informou que vem prestando auxílio a família dela. “Lamentamos o ocorrido. A questão do feminicídio passional é complicada no ponto de vista preventivo. Tudo que podíamos fazer em relação ao militar, como o acompanhamento médico, foi feito. Agora, está sendo feito o acompanhamento da família pela unidade onde ele era lotado”, explicou a chefe da sala de imprensa.

Equipes da Polícia Civil estiveram na casa e fizeram os trabalhos iniciais para esclarecer o crime. Segundo a corporação, no local estavam duas vítimas de disparo de arma de fogo. E uma terceira já tinha sido socorrida para um hospital. Os policiais também começaram a realizar os levantamentos e devem ouvir uma testemunha presencial dos fatos para esclarecer a dinâmica do assassinato e tentativa de homicídio.

Fonte : Jornal Estado de Minas
João Henrique Vale

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