Procedimento foi realizado no dia 5 de dezembro, em uma clínica conveniada à Prefeitura do Recife. Prejudicados reclamam de falta de clareza no diagnóstico e cobram respostas.
Por G1 PE e TV Globo
Um procedimento médico para trazer conforto e melhora na visão acabou causando transtornos a vários pacientes que fizeram cirurgias em um mutirão da Prefeitura do Recife. De acordo com denúncias ouvidas pelo G1 e pela TV Globo, há relatos de perda parcial de visão em pelo menos 15 pessoas que fizeram a operação.
Para um paciente que preferiu não se identificar, a suspeita de que havia algo errado surgiu um dia após a cirurgia de catarata. O procedimento foi realizado em uma clínica conveniada com o Sistema Único de Saúde (SUS) na Ilha do Leite, no Centro do Recife.
“Já tínhamos feito uma cirurgia na mesma clínica há cerca de dois meses e tinha dado tudo certo. Dessa vez, quando tiramos o tampão, a visão estava escura”, conta a filha da pessoa que passou pela cirurgia, que também prefere não ter o nome divulgado.
Diante da visão escura, a família decidiu procurar o médico. “Ele disse que não tinha nada errado e mandou diminuir o horário da medicação”, afirma a filha.
Promovido no dia 5 de dezembro, o mutirão teve cerca de 35 pacientes. “Depois que fomos para saber o que havia de errado, chamaram entre 10 e 15 pessoas para fazer uma lavagem, mas não disse o que era. Só pediram para que os pacientes tomassem antibióticos todos os dias. Eu pesquisei na internet e perguntei se era uma bactéria, mas ninguém confirmou nada”, conta.
Insatisfeitos, os parentes do paciente decidiram procurar um médico particular, arcando com os custos da consulta, para ter um diagnóstico. “Ele nos disse que isso tinha sido causado por uma bactéria. Não sei se foi contaminação do local da cirurgia e não quero acusar ninguém. Precisamos de clareza, de um diagnóstico. O problema existe e causou sequelas”, afirma.
Procedimentos suspensos
Em nota, a Diretoria Executiva de Regulação em Saúde informou que a clínica presta serviço à Prefeitura do Recife há 30 anos, sem histórico de complicações cirúrgicas. Depois das denúncias, os procedimentos foram suspensos até que as causas sejam esclarecidas.
Ainda segundo o órgão, técnicos da Vigilância Sanitária e da Regulação do Recife estiveram no estabelecimento após as denúncias. Em uma avaliação inicial, os profissionais não encontraram irregularidades.